domingo, 19 de agosto de 2012

Mutação Genética em borboletas de Fukushima

Pesquisadores japoneses dizem que borboletas apresentam anomalias desde o acidente nuclear causado em 2011 pelo terremoto seguido de tsunami. Ainda é cedo para determinar se efeito é semelhante em outras espécies.

Um grupo de cientistas informou nesta terça-feira (14/08) que encontrou anormalidades em três gerações de borboletas coletadas nas proximidades da central nuclear de Fukushima Daiichi. A usina foi danificada após o terremoto e tsunami ocorridos ano passado. Cerca de 12% de larvas de borboleta da espécie Pseudozizeeria maha, que foram expostas à radiação nuclear imediatamente após o desastre, em março de 2011, apresentaram anormalidades, como olhos defeituosos e asas menores do que o normal, afirmaram os cientistas.

Borboletas são consideradas “indicadores ambientais", disse Joji Otaki, professor da Universidade do Ryukyus, em Okinawa, e líder do grupo de pesquisa. Os resultados revelados aumentam o receio de que a radiação liberada em Fukushima possa afetar seres humanos no futuro. Otaki afirma que a alta porcentagem de anomalias nas borboletas pode ser resultado tanto da exposição externa à radiação no ar, quanto de uma exposição interna, através de alimentos contaminados, por exemplo.


Borboleta mutante tem asas menores do que o normal

"Nós concluímos que nuclídeos radioativos artificiais da usina causaram danos fisiológicos e genéticos a esta espécie", afirmaram os cientistas no artigo publicado no Scientific Reports, periódico de pesquisa online dos editores da Nature.
Os testes foram realizados em laboratórios no sul da ilha de Okinawa, 1.750 quilômetros a sudoeste da usina de Fukushima e uma das regiões menos afetadas pela radiação.

Anomalias em três gerações

Para a pesquisa, a equipe coletou 144 borboletas em meados de maio de 2011, dois meses após o acidente nuclear. Anomalias foram encontradas em 12,4% do total. O número de borboletas que apresentava anomalias subiu para 18,3% na segunda geração. Na terceira geração desta espécie, gerada pelo acasalamento entre borboletas anormais e saudáveis, 33,5% apresentaram anomalias.
Os cientistas haviam coletado mais 238 borboletas da espécie pseudozizeeria maha em setembro de 2011, seis meses após o desastre, e encontraram anormalidades em 28,1% do total. Nestas, as anomalias são malformações de pernas e antenas, bem como aberrações no padrão de cor das asas. A prole dessas borboletas registrou 52% de anormalidades, o que Otaki acredita ser "uma relação predominantemente alta”.
A equipe realizou testes de comparação, expondo borboletas normais a baixos níveis de radiação. Os resultados mostram taxas similares de anormalidade, e a conclusão é que a radiação liberada pela usina danificou os genes das borboletas. Mas Otaki alerta que ainda é muito cedo para dizer se a radiação tem os mesmos efeitos em outras espécies, como os humanos. Ele acrescentou que a equipe irá realizar estudos semelhantes com outros animais.

Fonte: Deutsche Welle Notice


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